Quando você gravou seu 1ª LP ??? em 1992 gravei meu primeiro disco. Até 2001, sua banda de apoio contava com o próprio nos teclados e voz, as irmãs Simone e Simaria nos vocais, o saxofonista Baixinho do Sax e o acordeonista Pom-Pom. Depois disso, Frank Aguiar ampliou sua banda e trocou os teclados pelo violão.
Almeida – Frank, você achava que ia fazer a música que você faz hoje? Naquela época, você já sabia qual a música que iria fazer ou simplesmente queria ser famoso?
Frank – Eu queria tocar forró. Eu não queria ser famoso, queria realizar meu projeto. Eu tinha vergonha, até hoje sou muito tímido.
Eu não pensava em ser famoso porque sou envergonhado, você não tem idéia o quanto tenho vergonha. Ainda hoje morro de vergonha em subir num palco. Eu não me não drogo, não fumo, não cheiro; tomo antes do show um ou dois uisquezinhos… Não faz bem, mas também…
Tacioli – Não faz mal.
Frank – Me desinibe um pouco mais. E eu sabia que eu queria tocar forró. Só que comecei tocando leve: era MPB, era romântica, era sertaneja e, no meio da história, um forrozinho.
Eu não fui dando choque, só forró, porque naquela época não era aceito. Aí o pessoal foi gostando daquele momento do forró e eu, de 10 minutos, passei pra 20, de 20 pra 30, dali a pouquinho eu estava tocando somente forró…
Tacioli – Mas já era o forró que te marcou, o forronerão, ou era um outro forró, mais pro Luiz Gonzaga?
Frank – Não, já era esse forró mais moderno.
Tacioli – E como foi a construção desse forró moderno?
Almeida – Quais são os elementos que o identificam?
Frank – Eu comecei com teclado. Tinha a banda. A gente fazia os shows e quando ia dividir a grana, não dava pra pagar nem o ônibus. E naquela época surgiu aquele tipo de teclado 10 em 1. E como eu era o tecladista e o cantor…, sem ser egoísta com meus amigos, porque no futuro todo mundo queria ter sua historinha, todo mundo sentiu que não dava, o cachê era muito pequenininho, a gente não tinha nome, não dá certo. Então, cada um fez seu grupo.
Um comprou um teclado, outro comprou, outro comprou, outro que não sabia tocar comprou para o outro tocar. E montou-se a sua historinha. E aí surgiu o movimento de teclados no Brasil. Quando estourei no teclado, no mesmo ano mais de 5 mil grupos se formaram e se cadastraram, somente pra você ter idéia. Então terminei ajudando um movimento de teclados.

Aí veio não-sei-quem-zinho dos teclados, o Cãozinho dos Teclados, o Príncipe dos Teclados, o Mão Branca dos Teclados, o Anjinho dos Teclados. Eu era o Cãozinho dos Teclados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário